domingo, outubro 31, 2004

Obsessão

Queria estender-te a minha mão e guiar-te pelo meu mundo,
Ensinando-te a desvendar os segredos da minha alma e as alegrias dos meus dias;
Ter-te sempre a meu lado para
Ler nas entrelinhas do desejo e alimentar-me dos teus beijos.

Queria ensinar-te o conforto de um abraço,
o deleite do teu calor envolvendo o meu corpo
e a esperança que renasce nesse momento;

Queria que soubesses ler nos meus olhos todos os meus receios,
e que, com dedicação, me fizesses esquecer todos eles com o teu sorriso;
Os medos da noite seriam acalmados
tendo-te a ti comigo, sempre, nas madrugadas do meu tempo.

Queria nunca sentir a tua falta,
queria nunca poder apartar-me dos teus olhos,
queria-te a ti quando mais preciso
queria o teu corpo quando mais te desejo,
quando me ferve o sangue e a luxúria me invade.

Queria que soubesses os vales e os cantos escuros do meu corpo
onde se esconde o meu desejo por ti,
queria que abrisses todos os cofres e todos os esconderijos,
queria que soltasses as avalanches da minha paixão
e a minha loucura por ti!

Queria dar-te um mapa da minha alma,
queria que soubesses todos os seus mistérios,
e que fosses capaz de os traduzir para mim.

Queria que o teu sabor fosse o meu,
O teu cheiro me perfumasse o corpo
E o brilho dos teus olhos fosse o meu guia.

Queria ser dona do teu Destino,
para que nunca te afastasses do meu!

Queria explorar o teu corpo,
acender o teu desejo
e saciar-te até ao último beijo!

Queria ter-te quando mais não posso,
queria-te infinitamente comigo, até me doer o ser de tanto te ter.
Queria-te entranhado em mim e assim nunca te perder,
assim sempre em mim.



Outono

Há dias e dias que não pára de chover.
O Outono chegou e instalou-se confortavelmente para tristeza de muitos.
Os dias passam agora a ser cinzentos, escuros e tristes, só muito raramente o sol nos brinda com a sua visita.
Também já faz frio; já nevou na Estrela.
Tudo dentro de mim vai-se transformando em Outono, há certos sentimentos e pensamentos que caem como as folhas e que depois são levados embora com a chuva.

Chve, faz frio.
Logo, está um excelente dia para ficar em casa debaixo de uma manta a beber Earl Grey...
Ah pois, o Outono também traz destes prazeres!

quarta-feira, outubro 27, 2004

Desabafo (parte 2)

Parece que alguém leu o post anterior e veio falar comigo para saber como eu estou.
Felizmente ainda não me esqueci que os amigos estão sempre aqui, basta estendermos a mão e eles vêm ter connosco. Os verdadeiros, claro. Os bons, os de sempre!

Obrigada João!
Além disso já tinhas saudades das nossas conversas nonsense!

Desabafo...

Há horas que custam a passar e outras que passam num instante.
Num instante perdido.
O tempo voa e nem me apercebo bem disso.
Tenho a mente confusa e o coração não anda a bater compassado.
É o tempo que passa, as exigências aumentam e nada me faz feliz.
Mas tenho quem me faça rir e esquecer os momentos obscuros dos meus dias.
Obrigada a vocês...! Do fundo de mim!!
No entanto, paira sempre aquela nuvem negra ao meu lado, como se fosse uma obsessão.
Eu só quero encontrar o meu rumo certo...

domingo, outubro 24, 2004

Come on Eileen!*

O meu namorado, que quando está para aí virado é um gajo 5 estrelas, gravou-me um CD de música dos 70s aos 90s que tem sido a minha salvação mental desta noite.

Pois ora bem, enquanto dou asas a esta verborreia, oiço Satriani (rock on!), tendo já passado por Peter Murphy (Cuts you up), Van Halen, os Bon Jovi dos inícios dos 80s, Kiss, Outfield, Pixies, Survivor, Heroes del Silencio... Acho que estou a caminho de um orgasmo musical... Ou qualquer coisa parecida que me tire desta apatia.

NOTA: Os gajos quando queresm são uns amores, não são?


* música dos Dexy's Midnight Runners

Ele sentava-se sempre no canto da mesa, aconchegado contra a parede e atento às conversas.
De vez quando abandonava os seus pensamentos e participava na conversa animada que reinava na mesa do café e dizia as piadas de que todos se riam. Inclusivé ela. Não conseguia resistir a admirá-la, mesmo que discretamente.
Tão perto e ao mesmo tempo tão longe... Bastava esticar-lhe a mão e tocaria na dela.
Quando conversa fugiu ao seu rumo, encostou a cabeça à parede e observava-a. Das piadas dela todos se riam, não por ser bonita, mas porque realmente tinha piada. E quando ria, uma aura luminosa levantava-se em seu redor, inclinava a cabeça para trás, o cabelo dourado cai-lhe pelas costas e sorria muito. Muito mesmo. Ele ficava deliciado a vê-la rir.
Por isso ele gostava de a fazer rir, de conversar com ela de ter a atenção dela só para ele. E contemplava-a, aproveitava aqueles instantes em que ela era só dele, em que a atenção dela era só para ele. E disso vivia, porque nada mais podia ter. Eram esses instantes em que trocavam ideias e risos em que o mundo dele se alegrava, o tempo voava e o espaço não tinha fim.
Bastava os seus olhos encontrarem os dela, ele sorria e ela timidamente retribuía.

No fim daquelas horas no café que para ele pareciam segundos, a tristeza abatia-se e tudo parecia sem sentido. Ela não estava mais ali, para fazer florir-lhe a alma com a sua atenção e simpatia. E disso ele sabia que não podia passar, de horas banais no café passadas a conversar. Ela estava distante demais, o coração entregue a outra pessoa. Ele contentava-se com a sua presença e com fazê-la rir, porque aí tinha toda a sua atenção. Toda só para ele.

O tempo passava e a dor aumentava.
As horas de conversa no café já não chegavam e a tristeza era insuportável quando ela partia, tudo perdia a piada, já não lhe apetecia conversar nem dizer piadas, já não estava ali a sua espectadora favorita, a quem ele devotava toda a sua alma e coração. Os dias entre aquelas horas do café pareciam mais longos e intermináveis... Imaginava-a no seu dia-a-dia, se alguma vez se lembraria dele e ambicionava que aquelas horas no café pudessem ser a sós e que os olhos dele deixassem transparecer tudo...

Todavia, o tempo continuava a passar, os dias ainda eram longos e as horas no café curtas demais... Conformou-se com o tempo com ela, algum dia a sua vez haveria de chegar, em que o sorriso dela fosse só para ele. Até lá, continuou a fazê-la rir e a deliciar-se com a sua alegria.


sexta-feira, outubro 22, 2004

Esta Noite...

Quero que o Mundo se esqueça de mim!
Que apague dos seus registos os meus gestos e as minhas palavras,
Que a minha existência fique no passado enterrado...

Que olvide os meus feitos,
as graças e as minhas desgraças!

Que me esqueça... que me esqueça...


(baixinho, sussurando palavras de Adeus! recolho ao meu canto, esperando que o Esquecimento se abata sobre mim e depois não seja mais que pó e sombra...)

terça-feira, outubro 19, 2004

Beija Eu




Seja eu,
Seja eu,
Deixa que eu seja eu.
E aceita
O que seja seu.
Então deita e aceita eu.

Molha eu,
Seca eu,
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu.
Anoiteça e amanheça eu.

Beija eu,
Beija eu,
Beija eu, me beija.
Deixa
O que seja ser

Então beba e receba
Meu corpo no seu corpo,
Eu no meu corpo.
Deixa,
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça


by Marisa Monte


Algo que gostaria de sussurrar ao ouvido de «alguém» :)


(Muito obrigada Hugo pela linda imagem que me enviaste!) Posted by Hello


segunda-feira, outubro 18, 2004

Está um temporal desgraçado, daqueles de levar tudo à frente.
Chuva e vento com fartura.
Está um daqueles dias em que não apetece nada, sem ser ficar na cama.
No entanto, será que é mau estacionar o carro mesmo à porta de casa e não sair logo, não por causa do vendaval, mas porque no rádio está a passar umas das minhas músicas favoritas?
E durante os minutos de The Reason dos Hoobastank, fiquei a ver a chuva cair, o vento levar tudo com ele, enquanto sussurava a canção.
Realmente, nem tudo é mau.

domingo, outubro 17, 2004

Pensamento do dia: O erro mais comum de todo o ser humano é tentar tirar da cabeça aquilo que não sai do coração.


Agora qual deles é mais forte?
Será que tirando da cabeça, acaba por sair do coração?
Ou o que está no coração jamais se apaga?

Dúvidas...

Se o coração fosse uma máquina criada pelo Homem, facilmente era desprogramada.
Mas não terá a força da pessoa e a sua determinação um papel determinante?
Se assim não for, seremos fantoches de nós próprios, escravos de uma emoção que não sabemos dominar.
Aqui entra a Razão, que, mesmo com dor, tem que saber prevalecer sobre o Amor.
Penso que é isto nos diferencia dos outros animais.
Temos a Razão, temos o Coração e temos sempre que dar ouvidos aos dois!
É como a história do diabinho e do anjinho em cada ouvido. Às vezes damos atenção a um, outras das vezes a outro. Sempre a um é que não pode ser!
Com o Amor e a Razão acontece a mesma coisa. Temos que atender às duas.
Mas dói, muitas vezes dói muito... E gostávamos de ceder perante um. E acabamos, nem que seja uma vez na vida, por ceder a um. Entra em cena o arrependimento. A mágoa.

Porque é que geralmente nunca gostamos de quem gosta de nós e escolhemos quase sempre quem nos magoa ou com quem não há a mínima hipótese?

(Entretanto esta música não me sai do ouvido e da cabeça...)



Praia pequena do Guincho, hoje de manhã.
Como por milagre, não havia vento! Posted by Hello

quinta-feira, outubro 14, 2004

Celebrities Circus

Ontem, por mero acaso, em vez de ir à festa da minha faculdade na Kapital fui parar à Festa da ModaLisboa no Budha Bar (antigo Salsa Latina).
Ambiente muito engraçado, música minimamente decente, e, curiosamente, nunca tinha visto tamanha concentração de famosos... snifados e encopados.
Aconselho a todos, qual Quinta das Celebridades, qual quê!

segunda-feira, outubro 11, 2004

Ele esperava-a no fim da rua, como fazia todas as noites.
Mas aquela noite estava escura, não havia o brilho da Lua nem o calor das estrelas. Do céu começavam a cair pequenas gotas de chuva que, para breve, prometiam borrasca.
O vento assobiava nas esquinas, trazendo consigo os sons da cidade lá ao longe.
E ele encolhia-se com frio contra a parede do prédio.

Todas as noites esperava por ela ali, que saísse do trabalho e ,com a desculpa de ser tarde, de a acompanhar a casa. Mal ela desconfiava do tempo que ele ali ficava, dizendo depois que era por acaso, que até calhava em caminho. Mal sabia ela as horas que ali, na ansiedade de a ver cruzar a esquina e a vir ver ao seu encontro, ele aguardava; mal sabia ela que afinal aquele encontro não calhava nada em caminho e que demorava muito tempo a voltar a sua casa. Mas ela compensava isso tudo, e por isso ele enfrentava com alegria o cansativo regresso a casa e as horas de espera.

O vento transformou-se em vendaval.
A chuva em aguaceiro.

E enquanto tentava combater o frio, aquecia a alma com a recordação de como a tinha conhecido, da primeira vez que aspirou o cheiro dos seus cabelos e a luz dos seus olhos. Do primeiro sorriso e da primeira vez em que tocou as mãos dela. E de como ficou preso a ela.
A partir desse momento, enfrentava tempo, cansaço, frio, chuva, por aquela hora com ela.
Era a hora mais feliz dos seus dias.

Aquela noite seria especial.
Enquanto esperava ansioso que ela aparecesse do outro lado da rua e iluminasse a sua existência, tentava encontrar as palavras certas. Ele ia dizer-lhe o quanto gostava dela, o quanto a queria. Porém , os nervos atraiçoavam-no e as palavras pareciam enrolar-se na boca e nada saía. Tinha medo que aquela noite se transformasse na pior noite da vida dele.

Ela apareceu, finalmente.
E ao vê-la, sentiu a alma cair-lhe aos pés.
Bela e etérea, atravessou a rua e aproximou-se com um sorriso que lhe aqueceu o coração.
Estendeu-lhe a mão, acariciou-lhe o cabelo e disse com voz trémula que tinha algo para lhe dizer... Mas as palavras não saíam, os olhos não se conseguiam despregar do chão e o suor começava a cair da testa.
Ela somente olhou-o, com calma e afastou-lhe o cabelo da cara.
Beijou-lhe a face e disse: «Eu também gosto de ti!»

Assim, de repente, a rua escura inundada pela chuva e fustigada pela vento, era um prado verde e luminoso, onde as flores e o Amor desabrochavam.

sábado, outubro 09, 2004

E venham mais Vinte e Cinco!

Aos 25 anos de carreira dos srs. Comendadores!

XUTOS & PONTAPÉS

Circo de feras

A vida vai torta
Jamais se endireita
O azar persegue
Esconde-se á espreita

Nunca sei um passo
Que fosse correcto
Eu nunca fiz nada
Que batesse certo

E enquanto esperava
No fundo da rua
Pensava em ti
E em que sorte era a tua

Quero-te tanto
Quero-te tanto

De modo que a vida
É um circo de feras
E os entretantos
São as minhas esperas

E enquanto esperava
No fundo da rua
Pensava em ti
E em que sorte era a tua

Quero-te tanto
Quero-te tanto

letra: Tim
música: Xutos & Pontapés

quinta-feira, outubro 07, 2004

Pensamento do Dia



Pensem nisto. Posted by Hello

quarta-feira, outubro 06, 2004




Faz anos que morreu esta Senhora.
E claro que só ela me poderia pôr a ouvir Fado e a gostar.
Foi também ela quem escreveu o meu fado preferido... Posted by Hello

LÁGRIMA

«Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tanto

Tenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigo

Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecer
Se eu soubesse que morrendo

Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar»


E o mais engraçado, é que a letra faz todo o sentido para mim...

Try Again

«One look
You know that you've fallen
She knocks you over
You say this is it
Perfect
Straight from a movie
He says all the right things
You know he's the one
Next time around
Try again
Weeks pass
It's still kind of perfect
My heart's removed now
I gave it to you
Passion
You constantly move me
Further and further
Reaching my soul
Next time around
Try again
Tonight
Plans for a movie
You call me to cancel
Girls going dancing
Sundays
Our romantic picnics
Turn into football
Boys will be boys
Now months pass
Knowing you love me
I take you forever
Together for granted
Next time around
Try again
Home late
You won't even kiss me
The eyes of my angel
Accuse me I'm guilty
Follow me
To my friends' house
Hide 'cause we're dying
Jealousy is cancer
Next time around
Try again
You never gave me any space
Or time to breed
Try again
Sometimes I wish you'd leave alone
And get away from me
Try again
I can't believe you'd say these things
If you're in love with me
Try again
I never thought you'd ever say
Those awful things to me
Again
Oh no
The roses I gave you
Are suddenly fading
Along with our love
Who cares
The credits are rolling
Love's just a movie
There's always an end
Love's what it is
It just is
Love's what it is
It just is»


Intérprete: Lúcia Moniz
Compositor: Nuno Bettencourt


Esta música sempre me fez lembrar uma pessoa.
Uma pessoa em quem nem sequer devia pensar... Mas... helas...
Não podemos, muitas vezes, refrear o pensamento...


Queria escrever algo sobre ti, sobre os teus olhos, sobre os teus sorrisos, sobre as tuas piadas, sobre as tuas mãos, sobre os teus gestos, sobre o teu olhar...
Sobre os poucos momentos em que estamos juntos.
As músicas que ouvimos, os nossos assuntos e dos olhares que trocamos.
Do que vemos.
De tudo aquilo que nos une.
De tudo aquilo que nos separa.
Daquilo que sentimos.

O que me falta em palavras, sobra-me em emoções e pensamentos.
Porque mesmo durante a rotina dos meus dias, lembro-me de ti.
Estou a repetir-me, eu sei. Mas tu estás sempre aqui.
E já escrevi tanto sobre ti... E tanto me falta escrever!
Das horas que nos faltam viver, do beijo que ainda não demos, das conversas que ainda temos que ter, das piadas que estão p'ra vir e dos momentos só nossos.
Agora, aqui, fazes-me falta. De me açambarcares no teu olhar e de me tocares com doçura.
De quando procuras o meu olhar. De quando provocas o meu riso.
Que é feito de mim em ti?
Haverá por aí algo de mim?
No meio desta vida insana, haverá segundos em que pensas em mim?

A interrogação nasce da incerteza que me assola. Tanto como tu.
Parece que vivem lado a lado, que se complementam e crescem em mim.
Tentei tantas vezes arrancar-te de mim, sobretudo nos momentos mais obscuros. Nos dias felizes, nem tenho coragem. Tudo me parece tão promissor! Tão certo!

Tenho que acabar com este vício.

Dedicado ao ...

terça-feira, outubro 05, 2004

«From my rotten body flowers will grow, and I in them. That is eternity.»

Não me recordo do autor da frase, mas acho-a muito bonita.

Pensamento do dia: Porque é que a seguir a dias tão bons, seguem-se sempre outros tão desagradáveis?

Música que acompanha este pensamento: Midlife Crisis, Faith No More