sexta-feira, abril 29, 2005

Tela em branco

A tela está em branco. Ainda há pouco havia tanto que escrever.
Agora olho, penso, tento lembrar-me do que ia dizer, do que tinha por certo, do que ia cá por dentro.
Já não sai.
Já não está aqui.
A eternidade destes momentos de solidão com a tela, a luta com as palavras e com os pensamentos, o mergulhar nos sentimentos...
Mas nada sai.
Tudo o que sou continua em mim; há momentos em que a tela em branco é a melhor solução!
Espero, desespero e continua nada a sair!
Emoções ao relento, à espera de público.
Foram-se, voaram as minhas palavras!
Nada me resta do que uma tela em branco.
E tudo de mim ao vento!

quinta-feira, abril 28, 2005

Dèjá Vu!

Estava eu no meu zapping costumeiro pela minha televisãozita, eis que me deparo com uma cena que me fez recuar alguns anos!
O Prof. Jorge Miranda, inflamadíssimo sempre no que toca a Constituições, a defender as virtudes e defeitos da Constiuição de 1933... E de repente lá me vejo sentada de novo no A1, naqueles bancos de madeira incómodos e a levar ensaboadela atrás de ensaboadela de Direito Constitucional... Aquelas aulas tinham sempre algo p'ra contar! Como o tempo passa... Passa mesmo.
Mas para o bem e para o mal, o Prof. Jorge Miranda continua o mesmo!

segunda-feira, abril 25, 2005

Antes do hoje

... Era proibido expressar livremente a sua opinião
... Era proibido usar jeans
... Era proibido a associação entre pessoas
... Era proibido beber Coca-Cola
... Eram proibidas manifestações
... Era proibido usar isqueiro sem licença.

... A mulher dependia do marido para tudo, fazendo do casamento uma jaula dourada, sair do país só com autorização especial...
... O povo não elegia os seus governantes, eram-lhe impostos.

Se não nos lembramos da data de hoje por motivos de ordem geral, lembremo-nos, então, pelas pequenas coisas que conquistámos.

sábado, abril 23, 2005

Post After Midnight

As coisas estranhas que passam pela cabeça de uma pessoa após a meia-noite.
Dava um filme, um livro, uma dissertação.
Mas por ora vou filosofar para outras paragens, amanhã espero trazer-vos as soluções para os males deste mundo... ou do outro.

quinta-feira, abril 21, 2005

Males

Sei que já falei disto aqui vezes sem conta.
Mas de vez em quando esta incerteza ataca-me com fúria.
Por tudo o que já vivi e assisti, gostava de ter o poder de eliminar da minha vida o Amor. É verdade que isso significaria eliminar uma pessoa da minha existência que, pelos motivos certos e errados, todos eles, é-me muito especial. Essa seria a dor.
A alegria seria apagar do meu registo de vivências outras pessoas.
As do passado e a do presente. Gostava de não sentir alegria por te ver, nem de sorrir quando me sorris nem muito menos ter saudades de não te ver. Dava muita coisa para não me lembrar de ti durante o dia nem para sonhar contigo. Mas, ironia suprema, até nos sonhos estás distante.
O que faz um coração partir-se em dois e gostar de duas pessoas de modos tão diferentes?
Enfim, chega de filosofia por agora.
Tu estás a ligar e quero mandar-te um beijo. E sabes que mereces esse meu beijo.

quarta-feira, abril 20, 2005

Atitudes que me tocam

Ver uma grande amiga, daquelas do coração, emocionar-se com o que escrevi na sua fita de fim de curso. Do meu ponto de vista, não escrevi nada de mais, apenas fui sincera, traduzi por palavras aquilo que já era patente há muito tempo.

Todos os dias falamos que a nossa relação diária está acabar pois as aulas terminam em meados de Maio. Tento que pareça fácil. Mas é verdade que ainda não me capacitei que nos próximos meses não vamos estar tão juntos. Já faz mossa, mas depois fará muito mais. Porém tenho a certeza que nada os desenraíza do meu coração.
Vocês todos vão estar sempre comigo.

terça-feira, abril 19, 2005

Bento XVI

Os maiores receios de muita gente confirmaram-se.
Joseph Ratzinger ocupa agora o trono papal.
Terá Nostradamus razão quanto a um possível "Anticristo"?
Por agora, e tendo em conta uma afirmação do novo Sumo Pontifície há uns tempos atras, é bem claro que o Espírito Santo não contribuiu para a eleição de certos Papas....

Se as minhas relações com o Catolicismo nunca foram muito chegadas, agora ainda menos o vão ser.

segunda-feira, abril 18, 2005

Estado em que deambulo por este Mundo

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."...
ÁLVARO DE CAMPOS - TABACARIA

domingo, abril 10, 2005

O MAGO - Parte V





Drake... aquele nome e aquela voz soaram-me inexplicavelmente familiares...
Os lábios, o rosto, o cabelo negro, o perfume, os olhos, a voz, o nome... tudo! Mas Deus de onde?
Tu, percebeste a minha confusão, o meu receio. Encostaste-me para trás, acariciaste-me o rosto e sem me aperceber estava viajar num túnel iluminado, a alta velocidade... Cheguei a um sítio, estava a pairar no ar. E foi aí que, finalmente, compreendi tudo! Meu querido reconheci-nos! A minha alma pairava no ar e vi nós os dois, há muitos séculos atrás, a ajudar os outros com as nossas artes, a nossa magia, falando com os vivos dos mortos e ajudando estes a encontrar a Luz, vi como força do nosso sentimento ajudava os outros e os encaminhava para a verdadeira luz. Mas depois tudo era sangue, sofrimento, morte... A nossa felicidade acabara. Separaram-nos aos gritos. Vi-te morrer queimado como adorador do Diabo. Eu morrera esquartejada, acusada de veneraro Invertido e cuspir na Cruz...

Chorava.
Os teus olhos também estavam marejados de lágrimas.
Numa voz doce mas forte reconfortaste-me...

- Entendes agora? Nós somos almas gémeas. Noutras vidas, com o nosso amor e os nossos conhecimentos, ajudamos os outros a sair das trevas, adorávamos a verdadeira luz, a bondade do Homem. Com o passar dos tempos, a nossa sabedoria foi esquecida e outros subverteram o bem que fizémos. Hoje continuamos a passar por seres do mal... vampiros... feiticeiros., quando apenas somos magos, e ajudamos os outros. A minha missão através dos tempos era reencontrar-te e reestabelecer a nossa sabedoria. A sabedoria da verdadeira bondade do Homem e da luz do seu espírito. A verdade é que todos como nós foram amaldiçoados à hora da morte, condenados a viver na sombra e nas trevas e a sofrer horrores através das existências... Para que não recuperássemos a verdade. E o meu problema é que...

Pela primeira vez nos teus olhos vira insegurança. Até agora parecia-me impossível...

- Quando morri na última vida em que estivemos juntos, aquela de que tiveste a visão, amaldiçoaram-me. De que o meu coração e alma gelariam e seriam incapazes de ter algum sentimento. A solução seria encontrar-te, pois só uma ligação tão forte como nossa poderia salvar-me de vidas e vidas sem ser capaz de ter emoções ou sentimentos. Por isso, estudei todos os mapas e cartas astrológicas, consultei todos os oráculos, viajei e falei com tantos mestres, de forma a saber como te reconhecer e encontrar. Por isso apareci onde estudavas. Saberia que irias notar em mim e reconhecer.

Era óbvio que sentia algo por ti. Mas naquele momento tudo me parecia vago e inconsistente, como uma personagem de uma história fantástica. O que sentia não me podia fazer duvidar das veracidade das palavras dele. É verdade que sempre sentira uma atracção pelo oculto mas nunca nada assim...

- Mas... que tenho de fazer?

- Abandonar tudo e seguires-me, viver o nosso amor. E restabelecer a velha sabedoria...

Abandonar tudo...?!
A minha vida... tudo o que conhecia para te seguir?

quinta-feira, abril 07, 2005

O Guerreiro da Paz




Há mais um ser de luz a zelar por nós lá em cima.


João Paulo II
1978-2005

sexta-feira, abril 01, 2005

O MAGO - Parte IV


Posted by Hello


Peguei no blusão e remexi-o várias vezes... nada encontrei.
Até que quando estava quase a desistir, deparei-me com um pequeno bolso perto da costura do forro. Ansiosa, deixei os dedos escorregarem pelo cetim. Tocaram num papel, o meu coração parou. Lentamente tirei-o para fora, desdobrei-o e li. Tinha impresso uma morada, facilmente a reconheci como pertencendo a uma zona de armazéns do outro lado da cidade. Não havia mais nada a duvidar. Existias. Eras real. Iria encontrar-te.
De rompante desci as escadas e peguei no carro. Acelerei estrada fora, só desejava naquele momento que me o carro tivesse asas para chegar mais depressa ao destino onde com toda a certeza desvendaria este mistério.

Vinte minutos depois, já noite escura, estacionava o carro em frente ao rio.
Do outro lado da estrada, com um aspecto abandonado, estava o armazém. Estava com medo, as pernas tremiam, mas a tua chama incendiava-me com força e tinha que te descobrir.

Entrei, empurrando a porta velha, tudo vazio. No ar pairava um cheiro a incenso e ao fundo, num recanto, bruxuleava a claridade de uma vela. Pelas sombras distingui várias pessoas, a conversarem baixinho mas que ao darem pela minha presença desaparecerem subitamente. Deixei-me estar, não sei como, não sei porquê, tinha perdido o medo. E mal desconfiaria eu do quanto a minha vida estava prestes a alterar-se.

Senti de novo aquela brisa gelada a envolver-me...
Os meus sentidos perderam-se num perfume exótico que me rodeava...
A minha alma parecia querer abandonar o corpo e entregar-se àquele perfume.
Lentamente abri os olhos e lá estavas tu.
A chama parecia incendiar todo o corpo, alma e mente! Com um meio-sorriso enigmático, impecávelmente vestido de preto, guardavas-me prisioneira desses teus olhos cor de esmeralda.

Pegaste-me na mão, beijaste-a. O calor dos teus lábios arrepiou-me. Guiaste-me pelo armazém até uma salão no primeiro andar. Não te resisti. Segui-te que nem uma escrava.
O salão era amplo, ricamente decorado em veludo cor de sangue e preto. Sentei-me e encostado a mim, iniciaste o que seria a mudança mais doce e profunda da minha vida. A tua voz forte mas serena embalava-me...
Sabia que descobririas como aqui vir ter. Finalmente encontrámo-nos, nem sabes o quanto esperei por este momento. O meu nome é Drake...

Não te recordas?