segunda-feira, setembro 26, 2005

Aniversário

Hoje faço anos e hoje comecei a estagiar.
Dois marcos importantes, portanto. Quanto ao início do estágio de advocacia, pelo pouco que ainda pude apreender, as pessoas do escritório são acessíveis e bastante agradáveis. Gostei do facto de começar logo a "mexer" com processos e a intervir em vários assuntos. Agora é só deixar o tempo correr e começar com as aulas da Ordem e tudo decorrerá normalmente - assim espero porque não aguardo grandes dificuldades.
Quanto ao meu aniversário. 24 Outonos já começam a pesar, pelo menos é como hoje me sinto.
Tenho o hábito, péssimo dizem alguns, de dar importância a quem me felicita ou não. Este ano o saldo foi estranho e conclusivo: foram muito mais atenciosas as pessoas com quem menos tenho contacto do que aquelas com quem mantenho um contacto próximo, salvo as honrosas excepções de sempre. Pessoas com quem não falo há meses foram do mais doce que há; pessoas com quem ainda no fim-de-semana estive foram absolutamente omissas. Diz muito de como tenho de alterar o meu grupo de amizades.
Mas fora isso, novo ano e, neste caso, é mesmo vida nova! Siga!!!

terça-feira, setembro 20, 2005

Estado em que deambulo por este Mundo - 7

Ainda não percebi se é bom ou mau, o que há por trás de começar a minha vida profissional no dia dos meus anos. Birth to evil?

domingo, setembro 18, 2005

I

- Esquece-o.
Disseste-me tu com voz serena, enquanto brincavas com o meu cabelo. O teu colo era onde sempre aliviava as minhas lágrimas, as minhas dores, tristezas e alegrias. Eras o meu grande amigo dos copos e dos lamentos.
- Vocês os dois... é impossível. Por todos os motivos que nós sabemos, além disso... Bem, não sabes se és correspondida...
Era verdade, porém a verdade custa sempre a ouvir. Pior ainda admiti-la. Mas a verdade era essa, estava à minha frente, claríssima, aos meus olhos. Era o último insondável mistério da natureza humana. Gostar daquela pessoa, à partida, em que uma relação nunca será possível. Mesmo assim caímos no encanto e quando menos esperamos não há fuga possível.
Olhava-te. Teria sido tão mais fácil encantar-me por ti e não por ele, existiriam todos os motivos para ser feliz. Mas a felicidade é uma busca dolorosa, jamais estará ao estender da mão.
Continuavas a mexer-me no cabelo. Parecias adivinhar os meus pensamentos.
- Sim, termos nos apaixonado um pelo outro seria facílimo e até cómodo. Mas daria certo?
- Tens razão...
E tinha. Provavelmente não daria certo e perder uma amizade assim seria terrível.
Restavam-me pois todos os homens errados deste mundo.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Escrever ajuda a amparar a dor. Qualquer que seja a origem da dor.
Perder uma das pessoas de quem mais gostava tirou-me o chão dos pés, mesmo sabendo que era uma situação que não tardaria muito a acontecer. Parece que tudo dentro de nós se esvazia e só há lugar para a tristeza e a dor. Nestas situações, poucas vezes consigo chorar, é uma espécie de apatia e desconsolo que me invade, reagindo a muito pouca coisa.
Dói quando se sabe a notícia, dói no velório e dói muito no enterro. Mas para mim dói ainda mais no quotidiano, quando na prática finalmente vir que a pessoa já lá não está nem nunca mais estará. É nesse momento que me cai tudo aos pés. Pouco há mais do que pedir que a alma da pessoa que partiu esteja num bom lugar e em boa companhia.
Fala-se da família e dos laços de sangue.
Mas a pessoa que agora partiu, não era do meu sangue; no entanto, gosto mais dela do que da maioria da minha família. Tomou conta de mim desde os 4 meses, passando tanto tempo com ela e a família como com os meus pais... Tive mesmo muita sorte.
Agora finalmente descansou de uma doença terrível. Que os Anjos a guiem e tomem conta dela.

domingo, setembro 04, 2005

Não te quero ver perto, não te quero ver longe.
Quero manter as distâncias das coisas quase possíveis, quase alcançáveis, embora nunca absolutamente palpáveis.
Quero manter a distância do desejo, de um quase-beijo.
De um olhar, de um toque subtil e de um sorriso escondido.
Não me quero desiludir, não te querendo perder, tenho medo de te ganhar. Daquilo que só nós iríamos sentir, talvez fosse demais, ou soubesse sempre a pouco; quero o espaço da quase-conquista, de poder respirar e ter ali sempre o teu perfume, sem receio de me sufocar.
Não te quero esquecer mas dói-me o quanto me lembro de ti, o quanto não sei se esta distância entre nós é certa ou errada... Entre nós há tanto de bom como mau.
Não quero apressar caminhos incertos, por agora esta distância vai-nos mantendo equilibrados e sorridentes...
1 Setembro, Lisboa

quinta-feira, setembro 01, 2005

Quase Perfeito - Donna Maria

Letra: Miguel Ângelo Majer
Música: Miguel Rebelo


Sabe bem ter-te por perto
Sabe bem tudo tão certo
Sabe bem quando te espero
Sabe bem beber quem quero

Quase que não chegava
A tempo de me deliciar
Quase que não chegava
A horas de te abraçar
Quase que não recebia
A prenda prometida
Quase que não devia
Existir tal companhia

Não me lembras o céu
Nem nada que se pareça
Não me lembras a lua
Nem nada que se escureça
Se um dia me sinto nua
Tomara que a terra estremeça
Que a minha boca na tua
Eu confesso não sai da cabeça

Se um beijo é quase perfeito
Perdidos num rio sem leito
Que dirá se o tempo nos der
O tempo a que temos direito

Se um dia um anjo fizer
A seta bater-te no peito
Se um dia o diabo quiser
Faremos o crime perfeito