domingo, abril 10, 2005

O MAGO - Parte V





Drake... aquele nome e aquela voz soaram-me inexplicavelmente familiares...
Os lábios, o rosto, o cabelo negro, o perfume, os olhos, a voz, o nome... tudo! Mas Deus de onde?
Tu, percebeste a minha confusão, o meu receio. Encostaste-me para trás, acariciaste-me o rosto e sem me aperceber estava viajar num túnel iluminado, a alta velocidade... Cheguei a um sítio, estava a pairar no ar. E foi aí que, finalmente, compreendi tudo! Meu querido reconheci-nos! A minha alma pairava no ar e vi nós os dois, há muitos séculos atrás, a ajudar os outros com as nossas artes, a nossa magia, falando com os vivos dos mortos e ajudando estes a encontrar a Luz, vi como força do nosso sentimento ajudava os outros e os encaminhava para a verdadeira luz. Mas depois tudo era sangue, sofrimento, morte... A nossa felicidade acabara. Separaram-nos aos gritos. Vi-te morrer queimado como adorador do Diabo. Eu morrera esquartejada, acusada de veneraro Invertido e cuspir na Cruz...

Chorava.
Os teus olhos também estavam marejados de lágrimas.
Numa voz doce mas forte reconfortaste-me...

- Entendes agora? Nós somos almas gémeas. Noutras vidas, com o nosso amor e os nossos conhecimentos, ajudamos os outros a sair das trevas, adorávamos a verdadeira luz, a bondade do Homem. Com o passar dos tempos, a nossa sabedoria foi esquecida e outros subverteram o bem que fizémos. Hoje continuamos a passar por seres do mal... vampiros... feiticeiros., quando apenas somos magos, e ajudamos os outros. A minha missão através dos tempos era reencontrar-te e reestabelecer a nossa sabedoria. A sabedoria da verdadeira bondade do Homem e da luz do seu espírito. A verdade é que todos como nós foram amaldiçoados à hora da morte, condenados a viver na sombra e nas trevas e a sofrer horrores através das existências... Para que não recuperássemos a verdade. E o meu problema é que...

Pela primeira vez nos teus olhos vira insegurança. Até agora parecia-me impossível...

- Quando morri na última vida em que estivemos juntos, aquela de que tiveste a visão, amaldiçoaram-me. De que o meu coração e alma gelariam e seriam incapazes de ter algum sentimento. A solução seria encontrar-te, pois só uma ligação tão forte como nossa poderia salvar-me de vidas e vidas sem ser capaz de ter emoções ou sentimentos. Por isso, estudei todos os mapas e cartas astrológicas, consultei todos os oráculos, viajei e falei com tantos mestres, de forma a saber como te reconhecer e encontrar. Por isso apareci onde estudavas. Saberia que irias notar em mim e reconhecer.

Era óbvio que sentia algo por ti. Mas naquele momento tudo me parecia vago e inconsistente, como uma personagem de uma história fantástica. O que sentia não me podia fazer duvidar das veracidade das palavras dele. É verdade que sempre sentira uma atracção pelo oculto mas nunca nada assim...

- Mas... que tenho de fazer?

- Abandonar tudo e seguires-me, viver o nosso amor. E restabelecer a velha sabedoria...

Abandonar tudo...?!
A minha vida... tudo o que conhecia para te seguir?

2 Comments:

Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Ariana
Bem urdido... mas nós não podemos acreditar em tudo o que nos mostram, podemos ser enganados pelos nossos sentidos... urge que sintas para além disso, para que tudo abandones...
Um beijo
Daniel

5:26 da tarde  
Blogger Instantes Perdidos said...

Estás a tornar-te uma boa escritora de contos...

A ver se ainda te leio numa revista maria ou outra qualquer...

Podiam era ser mais eróticos...

Linda, loura deixo-te um beijo no rosto.

10:19 da manhã  

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