sexta-feira, abril 01, 2005

O MAGO - Parte IV


Posted by Hello


Peguei no blusão e remexi-o várias vezes... nada encontrei.
Até que quando estava quase a desistir, deparei-me com um pequeno bolso perto da costura do forro. Ansiosa, deixei os dedos escorregarem pelo cetim. Tocaram num papel, o meu coração parou. Lentamente tirei-o para fora, desdobrei-o e li. Tinha impresso uma morada, facilmente a reconheci como pertencendo a uma zona de armazéns do outro lado da cidade. Não havia mais nada a duvidar. Existias. Eras real. Iria encontrar-te.
De rompante desci as escadas e peguei no carro. Acelerei estrada fora, só desejava naquele momento que me o carro tivesse asas para chegar mais depressa ao destino onde com toda a certeza desvendaria este mistério.

Vinte minutos depois, já noite escura, estacionava o carro em frente ao rio.
Do outro lado da estrada, com um aspecto abandonado, estava o armazém. Estava com medo, as pernas tremiam, mas a tua chama incendiava-me com força e tinha que te descobrir.

Entrei, empurrando a porta velha, tudo vazio. No ar pairava um cheiro a incenso e ao fundo, num recanto, bruxuleava a claridade de uma vela. Pelas sombras distingui várias pessoas, a conversarem baixinho mas que ao darem pela minha presença desaparecerem subitamente. Deixei-me estar, não sei como, não sei porquê, tinha perdido o medo. E mal desconfiaria eu do quanto a minha vida estava prestes a alterar-se.

Senti de novo aquela brisa gelada a envolver-me...
Os meus sentidos perderam-se num perfume exótico que me rodeava...
A minha alma parecia querer abandonar o corpo e entregar-se àquele perfume.
Lentamente abri os olhos e lá estavas tu.
A chama parecia incendiar todo o corpo, alma e mente! Com um meio-sorriso enigmático, impecávelmente vestido de preto, guardavas-me prisioneira desses teus olhos cor de esmeralda.

Pegaste-me na mão, beijaste-a. O calor dos teus lábios arrepiou-me. Guiaste-me pelo armazém até uma salão no primeiro andar. Não te resisti. Segui-te que nem uma escrava.
O salão era amplo, ricamente decorado em veludo cor de sangue e preto. Sentei-me e encostado a mim, iniciaste o que seria a mudança mais doce e profunda da minha vida. A tua voz forte mas serena embalava-me...
Sabia que descobririas como aqui vir ter. Finalmente encontrámo-nos, nem sabes o quanto esperei por este momento. O meu nome é Drake...

Não te recordas?

4 Comments:

Blogger Å®t Øf £övë said...

Tenho vindo a seguir a tua história com toda a atenção.Está realmente cada vez a ficar mais interessante e enigmática.
Tens imenso jeito para a escrita.Parabéns.Continua,força.
Bom fds.
Bjs.

11:19 da tarde  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Ariana
Uma pitada satânica (digo eu)... sinto o cheiro enxofrado do anjo caído... tu, sua escrava? Não!
Tem continuação... estou curioso por ver como lhe deste a volta...
Um beijo
Daniel

6:00 da tarde  
Blogger vf said...

Gostei tanto do teu blog que já linkei no meu...A história está muito mas muito interessante...

8:18 da tarde  
Blogger osimachina said...

gosto do k escreves pois tratas bem as palavras e levas.m para a tela k pintas.te!!!

voltarei... aparece tb*

6:24 da tarde  

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