Inventário
Tem-me custado muito admitir certas verdades, certas coisas que que estão lá mas que prefiro, com medo de sofrer, nem olhar para elas; assim não terei que assumir a sua existência.
Há coisas que preferia nunca ter admitido, situações pelas quais nunca queria ter passado. Mas passei e agora há que aprender com isso.
Devia ter tomado certas atitudes, outras, provavelmente, nunca as devia ter tomado.
Há pessoas que habitam no meu coração o limbo do amor/ódio, dependendo das suas acções e atitudes. É aceitável? Tem sido, depois logo se vê.
Perdi certos laços, outros enfraqueceram, outros há que se fortaleceram.
Contigo, o meu laço tem mudado de forma ao longo destes cinco anos, não sei como classificá-lo. Ninguém é perfeito e o amor tem destas vicissitudes.
Hoje há qualquer coisa cá dentro que me dói e que me levou a escrever este inventário da minha alma. Talvez preferisse o teu amor, mas não era possível.
Para ambos outros valores mais elevados se levantaram.
Será que o amor pode ser (quase) sempre adiado?
Ainda existe saudade entre nós? Em mim sei que há.
Não quero tirar conclusões, apenas quero o sossego das coisas escritas.