segunda-feira, março 21, 2005

O MAGO - Parte II




Pouco depois chegou a minha amiga do seu exame, vinha satisfeita. Não me lembrei mais de ti… E seguimos as duas para a praia.
O dia correu calmo e de noite resolvi ficar por casa.
Sentei-me na minha varanda, a observar o reflexo da lua no mar, a noite estava morna… Mas de forma inesperada uma brisa gelada envolve-me, tolda-me o pensamento e os movimentos, levanto-me assutada e debruço-me no parapeito para respirar melhor…
Lá em baixo em frente ao meu prédio. Encostado a uma árvore. Vestido de preto, estavas tu. Senti-me trespassada pelos teus olhos. Foi a primeira vez que os vi. Lembro-me que na penumbra da noite pareciam duas esmeraldas fulgurantes.E por trás desse brilho, uma sombra escura que te envolvia. Fiquei hipnotizada enquanto me perdia nos teus olhos, pairava entre o absimo que naquela altura me pareceste; mas era um abismo onde queria, sem dúvida, perder-me. Não sabia o que nos atraía, porém era inegável que algo nos ligava.

Recuperei o fôlego e quando voltei a olhar já tinhas desaparecido. Estavas decidido a intrigar-me! Quem serias tu, essa misteriosa figura vestida de negro com uns olhos magnéticos? E como terias descoberto onde morava. Fiquei com medo, podias ser um psicopata ou algo do género! Contudo senti outra vez o fogo da chama dentro de mim, a chama que acendeste quando me observaste na faculdade… O medo desvaneceu-se. Tinha que saber quem eras e o que querias de mim!

De noite mal dormi, a visão do verde dos teu olhos assombrava-me.
Estava mais que decidida a descobrir quem eras tu, por isso, como não tinha dormido, levantei-me cedo e dirigi-me à faculdade. Se te tinha visto lá, ou estudavas ou trabalhavas ali!

Cheguei determinada…
Procurei-te por todo o campus da universidade, consegui mesmo consultar listas de alunos, a ver se pelas fotografias te encontrava… Mas nada. Naquela mesma noite esperei na varanda a ver se te via. Nada. Dias seguidos caminhei para a universidade mas continuava a não ter um rasto de ti. Estava obcecada, não te conseguia esquecer, a chama consumia-me por dentro e não desistia de saber quem eras!
A minha vida não tinha muito interesse, seguia aquilo que os meus pais me tinham determinado, namorei com o rapaz que os meus pais queriam. A minha vida era amorfa, apenas percorria o que me diziam para percorrer. Mas algo em ti me dizia que não era isso que o Destino queria de mim. Encontrar-te tornou-se, então, a principal meta da minha existência. Tu eras o meu objectivo supremo!

No entanto, os dias passaram e não havia sinal de ti.
Uma parte de mim já começava a duvidar de que existirias. Outra dizia que eras bem real e que tínhamos de nos encontrar. E a chama continuava a arder dentro de mim…

CONTINUA!

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1 Comments:

Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Lady Full Moon
Se é um mago, está tudo explicado. Esta segunda aparição determinou a obcessão... cuidado...
Um beijo
Daniel

5:38 da tarde  

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