domingo, julho 24, 2005

Das Histórias de Amor

Não gosto de histórias de amor.
Ou melhor, não gosto das histórias de amor convencionais, de estrutura absolutamente linear e previsível, em que as personagens são felizes para sempre e que essa felicidade e amor surge sem dificuldades ou obstáculos. Onde é tudo muito cor-de-rosa. Fácil demais. Há algo em mim que se revolve com essas narrativas, enjoam-me. Por isso não achei piadinha nenhuma ao Amor de Perdição, aliás, se não tivesse que o ler para a escola nem sequer o tinha acabado.
Mas gosto das histórias de amor. Das verdadeiras histórias de amor, em que as personagens se debatem, se rebelam contra destinos cruéis, quando se enganam e se perdem, quando há abismos e tentações, quando muitas vezes se troca algo fútil pelo amor. E gosto do amor romântico, mas no sentido da estética romântica do séc. XIX: o amor contrariado que só se cumpre na morte, a paixão, as trevas...
Gosto da Anna Karenina, da Madame Bovary, das Noites Brancas, do Orgulho & Preconceito, do Monte dos Vendavais... Histórias com fibra, densidade, onde as personagens sofrem e penam para ultrapassar tudo e todos, onde são confrontadas com as suas faltas e com elas têm de evoluir. Afinal a vida é assim. Nada nos é dado. Porque não haveriam de ser também as histórias de amor? É isto que as torna grandes.

1 Comments:

Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Ariana
Sim... têm mais sal e são sublimes de acabam com mel...
Um beijo
Daniel

9:28 da manhã  

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