Amizade de folha caduca

O tempo passa depressa.
E a vida é feita de escolhas.
Entrei agora no ritmo aulas / trabalho. Está a ser puxado e ainda mais puxado vai ficar, o trabalho aumenta, as aulas intensificam-se e, por fim, os laços dissolvem-se nas correrias do dia-a-dia.

A comemoração do meu aniversário foi a prova que me faltava de que, apesar de não me ter dado muita conta disso, as pessoas mudam (e muito!) e o que se julgava perene, afinal caduca.
Durante toda a minha vida, a amizade foi dos valores que mais prezei, chegando a pô-la à frente de muitas outras coisas. Para aquele grupo restrito de pessoas, eu estaria sempre ali para elas e elas ali para mim. Não me arrependo de durante muitos anos ter agido assim; comportava-me de acordo com aquilo que acreditava e se há coisa a que também dou valor é a coerência.

Agora, com a passagem dos anos e o ritmo acelerado da rotina, a cumplicidade desvanece-se e amizade começa a passar ao lado. Já não se faz esforços para ver aquele amigo; já se evitam desculpas para ver determinada pessoa. Só me apercebi que as pessoas agiam assim comigo agora, no arrebentar dos meus 23 anos. Nunca fui ingénua, mas quanto ao valor da amizade parece que só agora perdi a inocência.

Afinal também há amizades que caducam, perdem a ligação que as fazem nascer, viver e crescer. E eu que as julgava a todas perenes, até ao último dos meus dias. Enfim, realmente, nesta vida, tudo morre.
Às amizades que ainda vão perdurando e que alegram os meus dias, continuo a estimulá-as para que cresçam ainda mais, para que nunca caduquem como as outras. Aqueles que me estimam, têm sempre um cantinho em mim; quanto aos outros, recordo apenas os bons momentos que passámos e espero que sigam felizes nas suas escolhas.

Mas... também há surpresas boas.
De onde menos espero, brotaram folhinhas verdes, acabadas de nascer e espero que seham amizades que cresçam fortes!