Lembro-me da violência da saudade que nos assolou.
Quando me abraçaste com tanta força que mais parecia que toda a vida de mim se escapava.
Nesse momento perdido no tempo, batálhamos um e outro para que desaparecesse toda a saudade que tínhamos de nós, dos instantes juntos... das conversas, dos sorrisos, do toque e dos beijos profundos.
Só com um olhar me lembraste daquela loucura; parecia uma cena de um filme qualquer, a nossa música a tocar, tu ali, eu do outro lado e de repente estávamos uns anos atrás, onde tudo era mais fácil e mais apaixonante. E trouxemos ao presente a paixão que nos queimou há uns anos atrás.
Calculei que não irias resistir e de facto não o fizeste, abraçaste-me com desespero, beijaste-me na face e brincaste com o meu cabelo, como sempre. Os teu olhar era de um louco possuído por qualquer coisa que não era humana... Saudade, loucura, qualquer coisa que habita nos recantos obscuros da nossa alma.
Eu recordei o toque das tuas mãos e a suavidade dos teus cabelos.
Afastaste-te, voltaste, ao teu lugar, composto, sério como nunca eu tivesse ali estado.
Mas partiste com um sorriso nos lábios, coma certeza de que a fera dentro de ti tinha amansado.
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