Tarde no Ribatejo
Tenho o sono de tardes que se despedem,
sinto-te por entre os dedos e cá dentro.
Dentro do espaço que tenho por preencher e invento.
Possuo um momento,
exactamente no meio de mim que me apetece dar-te.
Que me apetece doar-te.
Que me apetece arrancar sem dor e entregar-te.
Ouvimos outra vez a tarde a terminar, estremeço,
despede-se entre as folhas que soam a outono e que se seguram
e que resistem ao ar intenso,
ao momento culminante e ao novo começo.
deixo cair o braço sobre a aquosa substância que nos rodeia
e absorvo fios de vitalidade e construídos em teia,
que se revezam no ritual enérgico
dos patos mansos que nos enleiam.
Afagas-me os cabelos,
desgrenhadamente belíssimamente
e corres os teus dedos pela minha testa
que te sopra meiguices, disparates
e olhares de sono sem tê-los.
adormeçemos cheios de vontade de acordar
com as folhas cobrindo-nos os dedos e os cabelos.
havendo apenas o Amar.
Assin: Arthe
Este poema é dedicado a quem por ser demasiado simpática o mereçe.
A ti Fullmoon com um beijo na face.
Bom, parece que há alguém no ciberespaço a quem já fui útil.
Soube-o ouvir e aconselhar.
E este foi o agradecimento :)
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